domingo, 30 de novembro de 2008

Água: ontem, hoje e sempre

Rio Tamanduateí

Rio Tamanduateí, em tupi, quer dizer "rio de muitas voltas".




Lavadeiras à beira do Rio Tamanduateí, onde se lavou boa parte da roupa da cidade de São Paulo.
Atividade bastante concorrida por sinal, era a das lavadeiras que no final dos anos de 1800, na busca de melhores locais para desenvolverem seu trabalho, entravam em conflito umas com as outras. A comparação de uma briga cheia de baixaria, com palavrões e empurrões, costuma-se dizer que é briga de lavadeiras, já que por vezes a polícia era acionada, a comparecer às margens do rio Tamanduateí, afim de apartar essas brigas.
Outro fato comum era a presença de homens, que ficavam olhando as pernas das lavadeiras, nas várzeas do Carmo e Pari, já que as jovens senhoras eram obrigadas a amarrar o vestido na altura dos joelhos para não se molharem. Esse fato era motivo, também, de confusão. Como podemos observar, o rio Tamanduateí, até recentemente, foi importante para o sustento de muita gente, que desenvolvia seus trabalhos nele.






Rio Tamanduateí 1905. A esquerda Mosteiro de São Bento.

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Rio Tamanduateí hoje.

O Tamanduateí parece comportar-se de forma rebelde contra a concepção de progresso que o transformou num bueiro a céu aberto, depósito de todo o lixo social em perímetro urbano. Canalizado e poluído ele corre com maior velocidade procurando o rio Tietê para desaguar. Sem ter por onde se espraiar, sem encontrar os remansos que continham sua ânsia de desembocar, ele enche e invade impiedosamente a avenida do Estado que corre ao seu lado.
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Rio Tietê
A região é conhecida por Pedra Rajada, na Serra do Mar. Fica no município de Salesópolis, numa altitude de 1.030 metros, a 22 quilômetros do Atlântico. Lá onde nasce um pequeno olho de águas cristalinas, sob duas pedras envoltas por uma vegetação silvestre, há uma placa de bronze onde se lê: "AQUI NASCE O RIO TIETÊ"
A pavimentação do solo urbano, iniciada nas ruas de São Paulo em 1873, com a colocação dos primeiros paralelepípedos, é um marco no processo de impermeabilização do solo e do aumento do fluxo de águas afluentes aos rios durante os períodos de chuvas
No século XX quando ocorriam as inundações nas planícies fluviais do Rio Tietê, a população as observava como um curioso espetáculo da natureza. Com o crescimento urbano desordenado, no verão, durante as grandes chuvas, as águas do rio transbordavam pelas várzeas, chegando a atingir as portas das casas vizinhas. São Paulo inteira ia ver as inundações, reunindo-se ali gente de todas as classes. Essa situação foi, mais tarde, objeto de preocupações da Câmara, que mandou sanear.

Rio Tiete / Barra Bonita





































Rio Tiete / São Paulo

Obs: No segundo Semestre de 2006, tive a oportunidade de navegar por uma hora o Rio Tietê, com um grupo de 40 alunos da E.E. Manuel Bandeira. Foi muito legal, as pessoas que estavam passando de carro pela marginal nos dois sentidos buzinando e nós em um dos barcos que faz a navegação em Barra Bonita acenando para eles. Um momento inesquecível.


Rio Tiete / Bom Jesus de Pirapora









A chuva na cidade
Feche os olhos e imagine um rio de água fresca. O que vem à sua mente? Matas, uma brisa suave, um cheirinho de mato, sons de pássaros e cigarras... Se você for como a maioria das pessoas, não imaginou buzinas de automóveis, prédios comerciais e grandes avenidas.
Mas os rios são parte importante de qualquer paisagem, não importa se é uma floresta, uma cidade ou um bairro de periferia de metrópole. Frequentemente nos lugares em que muitas pessoas moram, os rios fluem por baixo das ruas, construções e avenidas. Mas esteja certo de que eles estão por lá, passando por baixo de suas calçadas ,das praças e dos shopping centers.